quinta-feira, 22 de julho de 2010

Atalhos, retalhos.  

Não era fácil explicar. Mais difícil ainda era ser entendida. Por si mesma. A rota da razão e a linha do coração. Por instinto, sempre soube que era certo correr dali. Fugir. O máximo que seu ritmo pudesse alcançar. Mas era justamente isso que lhe faltava. Ritmo. Percepção. Consciência.
Na existência de dois caminhos, ir entre eles era confrontar a insanidade demais... Sanidade. Razão. Pulsação. Da pulsação restara o apelo desesperado pelo nada. Não havia mais escolhas e nem a dor queria mais acompanhá-la. Eram pedaços desprendidos e reunidos como restos o bastante pra o nada habitar ali. Somente o nada.
Por um momento, parou e observou. Olhou para trás, para os lados... Tinha chegado a hora, sabia.
Ouviu um badalar, um tanto amargo; não era ruim, tampouco bom. Era somente um som. Morno, pesado e claro. Servindo para avisá-la: era o fim da espera. Algo que a impedia de ficar parada e impulsionava a garota a marchar. Dessa vez, ela iria à frente.
“Eu tinha que ficar feliz. E quando você quer, você fica. Comecei a ficar.”     – C.F.Abreu

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