segunda-feira, 8 de março de 2010

Lie to me.

Por favor, minta pra mim. Só hoje. Eu sei que soa estranho, mas minta pra mim. MINTA. Eu preciso que você faça isso. Oh, diga que vai dar tudo certo, por favor. Eu sei. EU SEI que talvez isso não seja verdade. Mas hoje, só por hoje, diga isso! Invente argumentos aí. Revire sua memória. Procure a sua melhor pessoa mentirosa e tente me convencer que vai ficar tudo bem. Isso é sério. Eu tenho um coração nas mãos, eu tenho uma incerteza maior que eu aqui dentro. Como cabe? Não cabe! Ela escapa. Escapa especialmente pelos olhos e escorre pela minha face. Mas isso não acontece sempre. Às vezes ela fica presa aqui. Deixa-me quase que explodindo. Eu tento fazê-la sair, mas ela não obedece à minha razão. Não obedece! Ah, incerteza, saia daí. Não me deixe prestes a estourar. Eu estou prestes a quebrar. Dá pra notar? Como podem caber tantas duvidas, pensamentos e medos em um ser só? Um ser tão pequeno e tão frágil diante disso... Não dá pra correr. Não é possível fugir disso! Se ousar ir pra um lado, posso ser pega. Se for pro outro, posso arruinar tudo. Às vezes eu quero adiantar os passos e ver no que dá, mas eu tenha essa incerteza enorme que me fere e me deixa de pés fincados no chão. Parada aqui. Parada. É como se fosse dado um ‘stop’ automático em plena corrida. Olha quantas pessoas correndo e te ultrapassando! Olha só!... Mas eu, simplesmente não posso avançar a passos rápidos e longos. Eu tenho que me contentar com os pequenos e lentos, e por vezes ainda incertos. Aonde eu quero chegar assim? O que vai ser daqui pra frente?... Pequenas pistas surgem como dicas de futuros. Será assim? Oh, não dá mais pra ser assim! Não dá. Eu preciso fugir daqui. Mas como? Por favor, por favor. Minta pra mim. E hoje, só hoje, me diga que vai ficar tudo bem. Eu lhe entenderei se não der. Mas só hoje fale isso. E minta. Minta pra mim.


Lembrei desse texto hoje - que havia feito à umas semanas atrás - por causa de Rodrigo, que perguntou pelo atualização do blog... Tá ai, Tiê