quinta-feira, 17 de novembro de 2011

O barco é nosso.

Leu o título? Sim, o barco é nosso e você sabe disso. O barco e até a água em que ele flutua(va). Eu sei, joguei o remo fora. Não precisa me lembrar que estava turbulento, olhe, eu sei, mas só queria ressaltar que o barco ainda é nosso. Apesar de ter pulado na água e te deixado sozinho no meio do oceano. Apesar de desistir tão fácil. Você já sabia que o barco ia furar ora ou outra e eu sei que você detestou ter me visto nadar pra longe, pra muito longe. Mas o barco é nosso, lembra? Nossas iniciais e nosso amor estavam gravados. Nossos sorrisos e meus choros angustiados.
Você também não sabe, mas no meio da minha procura por um porto, quis te salvar, te tirar do frio e te aquecer num abraço. Foi difícil lutar contra esse tubarão que é meu ego e entre uma onda e outra afundei a procurar nossos remos. Em pouco tempo você conseguiu ajuda e uma boia enquanto eu lutava pra recuperar. Pra nos recuperar. E retornei tarde demais... Mas o barco é nosso! Ouça-me! O barco é nosso, as lembranças são nossas, as feridas são nossas!

Tô na costa. Tô tentando avistar você à deriva. Tô seca. Tô ao sol. Traga o barco. Tô te esperando.