terça-feira, 14 de setembro de 2010

A estação. Os trens.

Eu vivo esperando. Esperando o próximo tropeço, a próxima pedra no caminho, a próxima briga, o próximo descuido, deslize. A próxima censura, o próximo choro, chute. A próxima partida, o próximo olhar mudo. A próxima tristeza, a próxima vergonha, o próximo arranhão. A próxima desculpa, a próxima. Eu fico esperando você. E você não vem. E não acalma a minha ânsia. E você fica ai, só me olhando. Fica ai se divertindo. Eu fico aqui. Olhando, esperando. Amando. E dói amar nessas condições. Seus trens partem e você corre sempre atrás do próximo. Você não percebe o que te espera sempre no mesmo lugar. Acompanho sua dor, seus choros, ao observar a partida e você se aconchega em mim. Então o apitar do próximo trem te desperta e você sempre se vai. Eu não vou.  Eu sou sua estação.

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