sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Mais vale um pássaro que canta, que dois pássaros mudos.

Você nem sabe, mas noite passada sonhei com a gente. Foi cômico, porque no sonho nada tinha mudado: você não tinha ido embora e eu ainda podia descansar a cabeça sobre seu ombro sem que ninguém atrapalhasse.
Lembrei da epopeia desconexa de nossas vidas e achei até engraçado que estivesse se repetindo. O mundo envolvia nossos braços e eu já não podia te sentir.
Nós não pedimos por isso (ou pedimos), mas hora ou outra a física, a química e a má gramática da vida (um salve à magia do Teatro) vai nos dissipar. O que fica disso, meu bem? Fica você em mim. Você e todos os seus olhares. Olhares ferinos, míticos, suaves, sadios. Fica você e toda a sua leveza, sua dureza, sua vida, seu sorriso. Fica você e meu não amor. Meu eterno não amor que, por não ser nada, não acaba. E sabes, tu sabes.
"O que é um pássaro na gaiola?" com esse pensamento te libertei de mim pra não pesar, pra não calhar, pra não acabar. Com esse pensamento te mantive em mim, livre. Pra ficar ao seu lado eu precisava ajeitar o ninho. Pra conseguir te ouvir, o pássaro precisou não cantar. E mais vale um pássaro que canta,  que dois pássaros mudos.
Realinhei o mundo, sem muita dor, pra te ter por perto sempre. Pra não ficar deserto. Pra continuar concreto. Pra te amar mais...
Realinhei o mundo pra você continuar achando graça, pra perder-se na praça, pra abraçar a palhaça, que se vale de sorrisos. E versos.

Não é preciso dizer que te amo.
Tanto.

3 comentários:

  1. Incrível como sempre me perco nas tuas palavras, que nem por isso deixam de ser meus sentimentos. E demoro a me encontrar.

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  2. http://lovedancepray.blogspot.com.br/

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  3. Adorei, viajei nas palavras, se quiserem dá uma olhada no meu blog, tem textos que eu escrevo e várias coisas legais http://asasnoon.webnode.com/ Beijão

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