sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Relatos de Cláudia.

Tá, vou te falar sobre a mensagem mais bonita do mundo. Não tinha "eu te amo" nem "fique comigo pra sempre", mas tudo o que ele teria que saber pra querer continuar comigo, ou não. Sem nenhuma culpa, ou medo pelo pouco tempo eu disse que gostava da idéia do "nós" e o enviei com o coração controlado a uns poucos pulinhos safados e inevitáveis. Implorei aos Céus que ele não me respondesse de imediato pra dar tempo do meu coração sossegar e eu pensar: pronto, já pode responder. Mas ainda assim, iria querer que ele fizesse drama, ficasse mudo e me deixasse neurótica, porque, meu bem, você sabe que mulher adora um dengo quando está a ponto de explodir, não é? Pois então. Passei da fase dos pulinhos safados, da calma sofrida, da súbita e lancinante raiva - que me fez o odiar por horas à fio até eu conseguir pegar no sono, me sentindo quase culpada por ter exposto pra ele todos os meus limites -, e finalmente da espera cautelosa de quem inventa os próprios consolos pra não sumir e enfiar a cara no buraco mais próximo do Japão que acha.
Então aquela luzinha verde e trêmula piscou, olhando pra mim. Sabe os pulinhos ligeiros? Agora eram cavalos à galope, com jóqueis segurando plaquinhas que diziam: lê logo, imbecil! E a imbecil vai, pega o dispositivo de luzinha verde e começa a passar os olhos por cada letra da segunda mensagem mais bonita do mundo. Sem promessas ou declarações desmesuradas. Sem clichês baratos de casais que se amam além da vida e quebram a cara além da morte. Sem futuros ou invenções de sentimentos que nós sabíamos que ainda não existiam. Eram menções da construção de um presente, sem grandes ou pequenas ilusões, mas com direito a coraçãozinho rosa no final.
Caprichou, hein, Céus?

Um comentário:

  1. Ah, descreveu muito bem como as meninas se sentem, e toda a ansiedade dessa "calma sofrida". A invenção do futuro também... que nós insistimos em criar e nos decepcionamos mais tarde...
    Amei esse texto, de verdade ç.ç
    Beijos.

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